Por quem os sinos dobram?

 Então o Senhor Deus declarou: “Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda”. Genesis 2.18

John Donne é um dos maiores poetas de língua inglesa. Incompreendido em sua época e esquecido por muitos séculos é hoje reverenciado e lido em todo o mundo. Sua obra serviu de inspiração para muitos outros poetas, além do seu tempo.

Ele fez uma citação que virou um clássico através do escritor Ernest Hemingway na história: “ Nenhum homem é uma ilha”. O texto é de uma beleza rara que transporta o homem ao centro de um oceano e o revela como parte do mundo, onde a grandiosidade da saga humana está na quebra da solidão.

 Vivemos um tempo em que as pessoas correm o tempo todo. Correm para ir ao trabalho, estudar, para cumprir agendas e compromissos, correm o tempo todo e ainda têm a sensação que as vinte e quatro horas do dia são insuficientes para que sejam encaixadas às suas atividades.

Durante todo esse dia-a-dia de maluco, o ser humano se apropriou da tecnologia, na tentativa de compensar toda essa correria e falta de tempo até para a família, ou seja, a quantidade irracional de tarefas que o ser humano se impõe gera total falta de condições de se relacionar com o seu próximo.  E, o uso exacerbado da tecnologia faz com ele se feche em si mesmo e se afaste do contato com quem está ao seu redor.

Experimente entrar em um metrô a qualquer hora do dia, mas, precisamente na hora do “rush”, seja indo para o trabalho ou retornando ao lar, o que vemos são seres mergulhados no seu pequeno mundo digital. Está arriscado alguém passar mal e cair e as pessoas ignorarem, não por desprezo da vida humana, mas, porque não podem largar seu celular. Ainda que esta afirmação pareça exagero está muito próxima da realidade.

Existem pessoas tão dependentes das mídias sociais que, em um mesmo espaço, se comunicam eletronicamente. Se há uma razão para isso, tudo bem, mas na maioria das vezes o que vemos é um aprisionamento, uma renúncia do significado da palavra “próximo”.  Jesus, o grande líder do cristianismo, se esforçou em sua missão para ensinar que o que importava em todo o contexto humano era exatamente amar a Deus e ao próximo.

“Nenhum homem é uma ilha, isolado em si mesmo; todo homem é um pedaço do continente, uma parte da terra firme. Se um torrão de terra for levado pelo mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse o solar dos teus amigos ou o teu próprio; a morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano, e por isso não me perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.” (Ernest Hemingway)

Adenor Gonçalves
Escritor, Teólogo, Jornalista, Graduado em Ciências Administrativas,  Ciências Jurídicas e Empresário.

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