Por Adenor Gonçalves- Advogado, Jornalista,Teologo.

Ernesto Beckmann Geisel nasceu no dia 3 de agosto de 1907, na cidade de Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul. Filho dos luteranos alemães Wilhelm August Geisel e de Lydia Beckmann, cresceu sendo educado nos rígidos preceitos da cultura alemã e na consciência cristã-protestante. Grande parte de sua vida, Geisel serviu o exército brasileiro: de 1927 a 1969.

Durante o governo do Presidente Castello Branco e, após o Golpe de 64, Ernesto Geisel foi nomeado Ministro-Chefe da Casa Militar durante os anos de 1964 e 1967. Sempre teve uma personalidade forte e de poucos amigos, mas, historicamente, dos Presidentes Generais foi o mais humano. No seu governo revogou o famoso AI-5 – que autorizava as barbaridades cometidas por pessoas insanas, como o delegado Fleury e o Coronel Brilhante Ustra – que se tornou o ícone dos militares saudosistas da Ditadura.

Em 1973, foi eleito Presidente do Brasil, numa eleição discutível, mas, era a regra de um regime ditatorial. O General ditador revelou-se um admirador da democracia ou, pelo menos, não suportou as barbaridades que se cometiam nos porões da Ditadura. Ele foi o único General a tratar a morte de um preso político com rigor – como o caso da morte do jornalista Vladimir Herzog – em que demitiu o General Comandante do 2º. Exército, onde aconteceu o crime  e a União acabou sendo responsabilizada pelo ato covarde, que já era cultura da Ditadura.

 Iniciou o caminho para a abertura política, demitiu o general que apoiava a tortura e mandou fechar centros de tortura. Entregou o governo para seu sucessor com tudo preparado, inclusive, a Lei da Anistia que foi feita para proteger os militares, mas que também perdoou o que restou dos guerrilheiros. Geisel abriu os aeroportos para os exilados voltarem à Pátria. O General Presidente teve que ter pulso forte com seus pares militares para o Brasil voltar à democracia. Não é justo só falar dos torturadores, ainda que o General Geisel não tenha feito mais do que sua obrigação como um cristão luterano professante.

Foi durante seu governo que a Ditadura começou a    declinar   em uma   operação, que ele mesmo definiu como uma “abertura lenta, gradual e segura”. Já em seu primeiro ano no cargo, permitiu a propaganda política da oposição e aboliu a censura prévia à imprensa. Por causa de sua flexibilização enfrentou vários problemas, a começar com os militares mais linha dura do que ele. Sem o AI-5,  os militares que gostavam de aterrorizar a oposição ficaram um pouco inibidos, pois era possível a punição.

O General Ernesto Geisel preparou o último General a dirigir o país no tempo da Ditadura: João Figueiredo.

Uma de suas frases mais conhecidas, o Presidente Geisel expressou: “É muita pretensão do homem inventar que Deus o criou à sua imagem e semelhança. Será possível que Deus seja tão ruim assim? ”  E, quanto à sua avaliação do Governo militar disse: “   Nosso mal foi ter durado tanto tempo ”

A democracia voltou, mas o povo não soube aproveitar. E se tornou hoje o país dos escândalos, da corrupção. E para complicar o cenário, a maior Operação para combater a corrupção está se revelando uma Operação política.

Vimos que não basta ser democrata, tem-se que viver a democracia. Ela é lenta como dizia o General Geisel, gradual, mas, eficaz.

Quando Cristo esteve na terra fazendo o seu ministério, no período do Império Romano, teve trabalho para ensinar o povo que não adiantava a ansiedade do combate a Cesar. Tinha que ser tudo gradual, pacífico. Martin Lhuter King Jr. dizia ao povo: “Nós seremos livres…” Mas não era uma liberdade de conflito e de guerra, mas, uma ação pacífica. Tanto Jesus como Martin Lhuter King, não querendo igualar os dois, mas apenas pontuar um tipo de liberdade permanente e sólida, morreram assassinados, pois o ser humano não sabe conquistar. Ele quer tomar, como dizia Alexandre “ o Grande “.    

Martin Lhuter King Jr., apesar de crer em Jesus Cristo, a sua visão era limitada: se referia a um sonho de possibilidades. Enquanto, Jesus Cristo, falava de um futuro que, para Ele, já era o presente, pois Ele conhecia todos os anseios e necessidades da humanidade. Por isso, Ele mesmo disse: “Assim sendo, se o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres.” João 8.36. Isto é, livres em Cristo para viver não sobre a liberdade democrática, mas para ser livre em pensamentos, ideias e livres do mal.

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